INTERVENÇÃO NA SESSÃO SOLENE DO
39.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL
por
Marilisa Duarte
Vereadora pelo PSD
Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhor Presidente da Câmara,
Colegas Vereadores,
Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia,
Senhores Membros da Assembleia Municipal,
Caríssimos concidadãos,
Há dois anos atrás, nesta mesma sala, na minha intervenção política do
37° aniversário do 25 de Abril, tive a oportunidade de transmitir aos
presentes, que na qualidade de políticos e autarcas, tínhamos uma missão
cívica de restituição ao povo português da estabilidade política
económica e social.
Passados dois anos, muita coisa mudou e a missão continua… Temos
consciência da crise pelo qual o país atravessa e das inúmeras
consequências da mesma. Desde logo o aumento de desemprego que tanto tem
assustado as famílias, cortes nas pensões, decréscimo da economia,
agravamento dos impostos, enfim, um sem número de inquietações que
assombram a vida dos portugueses.
Mas ter consciência deste actual estado das coisas, reconhecer que houve
erros do passado que jamais deverão ser repetidos, e criar uma maior
mentalidade de responsabilização de quem ainda não os reconheceu, é
certamente parte do caminho de mudança. O País mudou! Chega de nos
cingirmos aos porquês da crise, as pessoas têm de mudar e desde que
devidamente motivadas, é possível mudar comportamentos, e até reabilitar
esperanças…
Ter consciência ainda que, nesta caminhada, já muito se alcançou. Que
houve de facto uma clarificação do que existia e não sabíamos. Que se
ganhou coragem de se retirar o lixo que estava debaixo do tapete, por
lá escondido.
Internacionalmente Portugal está mais estável, pois a perspectiva de
fora, sobre o país como pagador de dívida a longo prazo, melhorou. Os
sacrifícios têm sido reconhecidos, gerando assim optimismo. Os ratings
do país estão numa perspectiva de melhorar, o que leva a perspectivas
de melhoras para os bancos, empresas e podendo neste sentido, haver
crédito para a economia.
Porque haverá o Estado de comprar no estrangeiro, se temos nós a
solução? Há soluções que temos de interiorizar, buscá-las internamente e
impô-las aos governantes quando estes não se lembrarem delas.
A responsabilidade também deve ser de quem é governado!
É por isso que a participação cívica na política deve ganhar peso, e os
partidos políticos aceitarem o desafio de uma renovação que envolva a
Sociedade Civil; dando espaço na Política aos melhores quadros, por
exemplo do concelho, deixando aquela de ser um espaço apenas para os
melhores quadros político-partidários.
Basta, desta forma, de aparelhismo partidário, de quotas para facções;
basta assim de jogos de lugares, de favores e de oportunismo político
que tanto tem contribuído para descredibilizar uma classe que é
essencial a qualquer democracia saudável.
O cartão de militante não deve ser motivo de vergonha, deve aliás ser
motivo de orgulho, mas também não pode ser critério de escolha, nem
motivo de facilidade na ascensão social.
O espírito do sentido de servir é a missão que deve estar subjacente à
intervenção política, que se tem perdido e deverá ser recuperado. O
nosso partido é em primeiro lugar o país e os portugueses.
Está na altura de os partidos políticos deixarem de ser associações
políticas fechadas, para se tornarem em plataformas abertas de
intervenção cívica e política. Dar espaço à diferença dentro da unidade é
um grande desafio para as autárquicas.
E nada melhor que as Comemorações do 39° aniversário do 25 de Abril para
apelar a uma reflexão sobre esta necessidade, a de romper com o status quo e com as tradicionais formas de fazer política.
Marilisa Duarte
Vereadora pelo PSD
Mealhada, 25 de Abril de 2013