quarta-feira, 11 de julho de 2012

OPINIÃO DE HUGO SILVA


Como se de um jogo se tratasse, o executivo camarário reuniu as forças da cidadania activa concelhias, para um exercício de participação e de empenho colectivo, sob a égide da Agenda XXI Local da Mealhada.
Não é possível deixar passar em claro o exercício de desprezo e de desrespeito que presenciei e que experienciei.
Num fórum local de sustentabilidade, numa rara oportunidade dada à população para produzir algo para oferecer aos seus eleitos, num documento que se pretende, entre outras, estruturante, integrante, plural e politicamente transversal, extravasam e tentam impor-se valores bem diferentes.
Vou mesmo evitar maçar com esclarecimentos e explicações sobre os trabalhos da Agenda XXI Local Mealhada, deixando essa vacuidade e aparência para uma oleada máquina que publicará, com toda a certeza, numa destacada página deste mesmo jornal.
Vou antes falar da marca que conduz os destinos do concelho.
Durante todo o processo, com o objectivo, bem interiorizado, de colaborar na procura do bem comum assumiu-se cidadania, exploradora das valências ricas e transversais de todos participantes.
Essa foi a marca e o exemplo que, reconhecidamente, enquanto cidadãos deixámos!
A marca de quem, com maior ou menor capacidade de análise, deixou a sua opinião, a sua visão, a sua proposta de acção, sobre a sustentabilidade da Mealhada enquanto concelho uno mas, ainda assim, tão diverso na identidade do seu povo e das suas necessidades.
Espanto! Foi precisamente essa a marca desrespeitada.
Num exercício de soberba e de infantilização da plateia, o sr. Presidente da Câmara brindou-nos com a tão conhecida eloquência de quem não ouve, de quem não atende, de quem vive isolado na douta e infinita sapiência de uma escola gasta, agastada e infértil.
Gasta porque vetusta e ultrapassada!
Agastada porque derrotista e em final de ciclo!
Infértil porque estimula a inconsequência da acção e do envolvimento da comunidade!
É inadmissível que a resposta a tudo quanto foi proposto pelos envolvidos esbarre em limitações de base legal.
Não sr. Presidente, o que lhe foi apresentado é político!
Consigo perceber o desconforto, porque o que lhe foi proposto por todos foi muito mais profundo do que olhar.
Foi-lhe proposto construir uma visão, uma estratégia, com alguns pontos saídos directamente da boca de concidadãos, ou seja, democracia participativa, plural e igualmente directa.
Não há gaveta que possa albergar esta força, esta vontade e este querer colectivo.
Já se espera que a réplica deverá ser dura e implacável, venha ela pela via do silêncio dos intocáveis ou pelo desmoronar de castelos de argumentação de quem domina dossiers e dossiers municipais, pilhas de legislação, fundamento político e doutrinário.
Há, no entanto, coisas que não conseguirá desmontar, sendo uma delas a ausência e o desprezo absoluto do PS Mealhada em relação aos trabalhos e à consequência política do último sábado e da Agenda XXI Local da Mealhada.
Admito que as motivações e as razões do alheamento possam ser várias mas, essas ficarão para futuros encontros!
Hugo Silva, elemento da Comissão Política do PSD Mealhada

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